sábado, 18 de julho de 2009

O Currículo Apresentado aos Professores

Ao refletir sobre o texto de Gimeno Sacristán pude perceber que as teorias atuais que propõem autonomia para o professor devem elaborar alternativas voltadas para a prática de modo que sejam mais eficientes, visto que as atuais condições de trabalho do professor não favorecem sua iniciativa, uma vez que, são encontradas diversas dificuldades.
Desse modo os professores tornam-se meros reprodutores de conteúdos sem questiona-los e avalia-los.
Assim sendo o livro-texto torna-se uma espécie de bengala à medida que lhes transmite mais segurança e direciona sua aula tornando o professor dependente deste recurso.
Além de possuir interesses econômicos o livro texto tem função de controlar e padronizar o que será transmitida a sociedade.
Porém todo conteúdo do currículo está contido nesses livros texto o que por sua vez torna os conhecimentos estereotipados e deficientes, à medida que são ultrapassados todos os anos tornando-se resumos esquemáticos e informações descontextualizadas.
Sendo o conteúdo pré-estabelecido elaborado para todas as disciplinas, ou seja, um material pronto, ocasiona a alienação do professor à medida que este não faz o menor esforço para a elaboração do seu planejamento.
Desse modo o currículo é traduzido por agentes externos a prática docente cabendo aos professores somente apresentar o produto aos alunos, desprofissionalizando os educadores.
A divisão de funções na tradução do currículo para a prática implica na divisão do conhecimento. Assim sendo, a capacidade intelectual, cultural e pedagógica dos professores deve ser cada vez mais aprimorado a fim de obterem maior controle sobre a sua prática.
Sendo os livros textos elaborados por agentes externos a pratica pedagógica este por sua vez não visa as necessidades específicas de uma determinada turma, mas pelo contrário obriga-os enquadrarem-se nesse planejamento exterior.
Portanto a política curricular que pretende atuar na perspectiva de libertação dos professores de modo a alcançar qualidade e renovar o ensino faz-se necessário investir na autonomia do professorado, além de atender as necessidades atuais do corpo docente.
Os materiais didáticos já elaborados podem ser um fator negativo, uma vez que o conhecimento é dinâmico ao contrário dos conteúdos dos livros, visto que tornam as atividades pouco flexível e inadequada para uma dada realidade, porém podem vir a contribuir à medida que o professor não resuma as informações oferecidas aos alunos meramente às contidas nos livros, mas partindo deste venha acrescentar ou até mesmo confrontar e fazer com que os alunos reflitam e analisem os conteúdos, uma vez que os conteúdos não devem ser os fins, mas os meios para atingir esses fins.

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